como nos sentimos hoje?
Ando por essas ruas humilhadas
sem ter o que fazer
Apenas ando, ando e ando
E os postes refletem suas sombras
curvadas de medo nas ruas humilhadas.
Ando entre as poças no asfalto
entre o rio de esgoto que escorre
a chuva não alivia e torna tudo mais triste.
Vejo as casas fechadas, janelas trancadas
Um velho fuma na varanda
enquanto a velha ronca e peida no quarto.
Irão os pássaros cantar?
Essa noite adentro parecia eterna
Os trovões orquestravam meu pavor
e eu já nem sabia o que era real.
Mas ando, nas ruas que se humilham
nos postes que se curvam
e pulsam vida
na falsa segurança das casas isoladas
sem amor
sem vida
sem estilo
Deus! Sem o mínimo de piedade.
Ando sem ter direção
para pensar, e achar um bar
somos nossos próprios salvadores
e nada pode mudar isso
irão os anos nos tratar bem?
o próximo gole
o próximo trago
o próximo amor desperdiçado.
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