segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Um velho vem esbaforido e senta ao meu lado, parece decidido. Pela sua aparência e falta de fôlego, imaginei que ele estivesse andando por anos para chegar até aqui. Ele me examinou como se procurasse traços familiares em mim. Não tive medo. Por que teria, afinal?

Continuei olhando pro horizonte do mar e sentindo a brisa leve que arrepiava. O céu de tão azul e sem nuvens parecia infinito. O velho coloca um cigarro amassado na boca e bate nos bolsos como se estivesse procurando fogo, não me importo. Ele finalmente acha o isqueiro, faz uma concha com a mão esquerda e cada que vez que risca a pedra ruga o rosto para se concentrar.

O velho desconhecido levanta, oferece um sorriso cansado e continua sua caminhada.
Observo ele se afastando com o olhar de quem entendeu o recado.

O céu de tão azul e e sem nuvens parecia perfeito, sem textura.

Pela segunda vez na minha vida, sinto entender plenamente o que é felicidade.

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