terça-feira, 13 de setembro de 2016

Amores contrariados pela desgraça e pelas grandes distâncias são como amores de marinheiros, não há jeito, são irrefutáveis e são um sucesso. Como a vida não passa de um delírio abarrotado de mentiras, quanto mais longe estivermos e quanto mais pudermos botar mentiras ali dentro, mais então ficaremos felizes, é natural e é sempre assim. A verdade não é comestível.

Inventamos desculpas esfarrapadas, protegendo a própria carcaça enquanto ainda pode se manter de pé. Os deslizes alheios são intoleráveis, mesmo que os próprios sejam mais podres, imundos. Agora é fácil nos contarem a respeito de Jesus Cristo, será que ele ia no banheiro na frente de todo mundo, Jesus Cristo? Tenho cá pra mim que aquilo não ia durar muito tempo, o troço dele, se fizesse cocô em público. Pouquíssima presença. O resto é lorota.

Depois de anos, repensando nisso, acontece de querermos recuperá-las, as palavras, que algumas pessoas disseram, e as próprias palavras, para perguntar o que quiseram dizer.... Mas já se foram! Não tínhamos instrução suficiente para compreendê-las.... Gostaríamos de saber, assim, só para saber, se desde então não mudaram de opinião, sabe-se lá. Mas é de fato tarde demais. Acabou-se! Ninguém sabe mais delas. A gente tenta então continuar nosso caminho sozinho, na noite. Perdemos nossos verdadeiros companheiros. Não lhes dizemos a pergunta certa, a verdadeira, quando era tempo. Ao lado deles não sabíamos. Homem perdido. Estamos sempre atrasados. Tudo isso são arrependimentos que não enchem barriga.

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